Expansão rápida da maxila é efetiva na disjunção da sutura palatina mediana
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Expansão Maxilar

Você sabe até que idade a expansão rápida da maxila é efetiva na disjunção da sutura palatina mediana? Podemos dizer que a abertura da sutura palatina mediana, disjunção da maxila, é o principal objetivo da expansão rápida da maxila. Na verdade, o objetivo do procedimento é obter máxima resposta esquelética e mínimo movimento dentário, buscando o acúmulo de força suficiente a fim de otimizar ganho esquelético e não somente a abertura da sutura palatina mediana. Contudo, sabe-se que em pacientes em dentição decídua ou mista a resposta esquelética, assim como a abertura é facilmente obtida através da expansão rápida da maxila.

Contudo, a dúvida fica em relação à dentição permanente. Afinal, até que idade podemos realizar o procedimento de disjunção com segurança, sem ter “medo” de não abrir a sutura palatina mediana.

Leia mais sobre o protocolo de ativação para expansão rápida da maxila na dentição decídua e mista.

Maturação da sutura palatina mediana

Sabe-se que a idade esquelética ou maturação esquelética das suturas não possui uma relação direta com a idade cronológica ou dentária do paciente. Claro que a idade ou mesmo a cronologia de irrupção pode nos sugerir o posicionamento do indivíduo na curva de crescimento, porém essas referências estão longe de serem precisas.

Em pacientes jovens (dentição decídua) a característica morfológica da sutura palatina mediana é linear, sem muitas irregularidades. Com a idade e a maturação esquelética, há deposição de espículas ósseas na sutura aumentando a irregularidade e o embricamento entre os processos palatinos. Após esse estágio de maior embricamento, dá-se início a formação óssea em alguns pontos na sutura até a fusão completa da mesma, impossibilitando a disjunção maxilar por dispositivos ortodônticos fixos, sem auxílio de procedimento cirúrgico.

sutura palatina mediana
Na esquerda, desenho esquemático ilustrando a característica da sutura palatina mediana em pacientes na dentição decídua (linear). Na direita, imagem do artigo publicado por Melsen, B. em 1972 ilustrando a irregularidade morfológica da sutura palatina mediana consequente à maturação esquelética.

Portanto, quanto mais jovem o paciente, mais “fácil” é a disjunção da maxila, já que a resistência ao procedimento é menor.

Afinal, até que idade podemos realizar a expansão rápida da maxila?

Alguns autores procuraram responder essa pergunta de forma indireta, buscando entender as características morfológicas da sutura palatina mediana, assim como em que idade se observa o início da fusão entre os processos palatinos. Angelieri et al observaram as características da sutura palatina mediana através de exames de tomografia computadorizada de cone beam concluindo que acima dos 14 anos de idade, cerca de 20% dos pacientes apresentavam alguma fusão entre os processos palatinos.

Esse é um dado muito importante, pois nos indica que a tentativa de disjunção em paciente com dentição permanente jovem, próximo aos 14 anos de idade, pode apresentar cerca 20% de chance de insucesso.

Através do mesmo tipo de análise tomográfica, Tonello et al também obtiveram resultados semelhantes, sugerindo que até os 15 anos de idade há maior probabilidade de disjunção maxilar. Portanto, em relação a pacientes em crescimento, vamos presumir que na dentição permanente jovem, o profissional tem grande chance de sucesso ao realizar o procedimento de expansão rápida da maxila, de efetivamente abrir a sutura palatina mediana, ou seja, o prognóstico é muito favorável. Contudo, em pacientes acima dos 14 anos de idade, é necessário avaliar o procedimento com cautela, sendo necessário ponderar a quantidade de mucosa ceratinizada ou mesmo a força aplicada para realização do procedimento, já que há maior chance de insucesso.

Aplicabilidade clínica

Na dentição permanente, principalmente após os 14 anos de idade, a disjunção da maxila pode não ser bem sucedida e o procedimento deve ser avaliado com cautela, fazendo com que o profissional possa opte por uma compensação dentoalveolar da relação transversa, uma expansão rápida apoiada em mini-implantes (MARPE) ou mesmo por uma disjunção assistida cirurgicamente.

Por Juliana Pereira Andriani.

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Juliana Pereira Andriani

Especialista e Mestre em Ortodontia - UFSC/SC
Doutoranda em Odontologia - UFSC/SC
Membro da Associação Brasileira de Ortodontia - ABOR
Membro da World Federation of Orthodontics - WFO
Professora da Especialização em Odontopediatria - ABCD/ Florianópolis
Professora da Especialização em Ortodontia - ABCD/Florianópolis
Clínica Privada em Florianópolis/SC

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